Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental que afeta a comunicação, interação social e comportamento, com ampla variação na intensidade e apresentação dos sintomas.
definição
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por:
• Dificuldades persistentes na comunicação e interação social em diferentes contextos.
• Padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
• Os sintomas aparecem nos primeiros anos de vida, embora possam ser diagnosticados mais tarde, e impactam o funcionamento diário.
• O termo “espectro” reflete a diversidade de manifestações, que variam de leve a severa, e a necessidade de suporte, que pode ser mínimo, moderado ou substancial.
O TEA é descrito no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e na CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) como uma condição única, abrangendo diagnósticos anteriores como autismo clássico, síndrome de Asperger e transtorno global do desenvolvimento não especificado.
Etiologia
A causa do TEA é multifatorial, envolvendo uma combinação de fatores genéticos e ambientais, embora a base genética seja predominante. Principais pontos:
• Fatores genéticos;
• Fatores ambientais;
• Neurobiologia;
• Fatores de risco:
– Idade avançada dos pais, baixo peso ao nascer e prematuridade.
Sintomatologia
Os sintomas do TEA são divididos em dois domínios principais, com variação na gravidade:
1. Déficits na comunicação e interação social:
• Dificuldade em reciprocidade socioemocional (ex.: não compartilhar emoções, dificuldade em iniciar ou manter conversas).
• Alterações na comunicação não verbal (ex.: contato visual reduzido, dificuldade em interpretar gestos ou expressões faciais).
• Problemas em desenvolver, manter ou compreender relacionamentos (ex.: dificuldade em fazer amigos ou ajustar o comportamento ao contexto social).
2. Padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades:
• Movimentos repetitivos (ex.: balançar o corpo, agitar as mãos).
• Adesão rígida a rotinas ou rituais (ex.: resistência a mudanças, angústia com pequenas alterações).
• Interesses fixos e intensos (ex.: fascínio por temas específicos, como trens ou números).
• Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais (ex.: sensibilidade a sons altos, texturas ou luzes).
Características adicionais
• Variação no funcionamento cognitivo: Alguns indivíduos com TEA têm deficiência intelectual, enquanto outros apresentam habilidades acima da média.
• Comorbidades comuns: Ansiedade, depressão, problemas gastrointestinais e distúrbios do sono.
• Início precoce: Os sintomas geralmente aparecem antes dos 3 anos, mas o diagnóstico pode ser tardio em casos mais leves ou quando há alta funcionalidade.
Níveis de suporte (DSM-5)
• Nível 1: Requer suporte (ex.: dificuldades sociais leves, mas funcionalidade preservada).
• Nível 2: Requer suporte substancial (ex.: déficits sociais mais evidentes, comportamentos repetitivos frequentes).
• Nível 3: Requer suporte muito substancial (ex.: comunicação verbal limitada, comportamentos repetitivos graves).
